Nat & Ella

Too Close For Comfort
Uma das minhas preferidas de jazz, aqui em dueto. Nat & Ella, what else?

Comfortable

Feriado de Carnaval, o tempo ameaça deixar-se esvair em água doce lá fora e a obrigação de ter que estudar para a minha auspiciosa ascenção a mestre é suavizada com a entrada de "Nature boy" de Nat King Cole na aparelhagem do quarto por volta das 10h e pouco. A ronha contagia-me a vontade de não fazer rigorosamente nada e de acordar numa qualquer palhota da Nova Zelândia, tomar um daqueles pequenos almoços de varanda e cobrir-me com qualquer coisa, prancha debaixo do braço e... a propósito, duas blue travel em atraso à beira da cama. Folheio-as primeiro, dou atenção às vogais e consoantes depois. Dois momentos. As descrições do cheiro a xope e bossa nova, e a página com uma única fotografia de uma "patricinha" a beber uma caipirinha num restaurante groumet bem no epicentro de Santa Teresa. Toda a cara de quem sabe distinguir "Miles from Coltrane".

"Já acabaram essas caipirinhas? É que quero que provem também a de bacuri, a de cajamanga, cudalu e a de taperebá." Embarcados neste tom exótico, completámos a refeição com uma costelinha de tambaraqui, um peixe da Amazónia, de aspecto neolítico, mas com um sabor muito curioso. (...) É que à noite, já depois das 22 horas, Santa Teresa é um lugar tranquilo, quase sem movimento. Por isso, sabe bem ficar por ali à conversa, na companhia do calor húmido do Rio, a saltitar de fruto em fruto, de caipirinha em caipirinha."

E porque Bossa Nova só soa bem com sotaque brasileiro, os dois astros inspirados por um Deus poeta, Vinicius.
A garota de Ipanema aqui ao lado, transportada para a voz e as notas mais suaves que esta manhã de Fevereiro podia ouvir.